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Foto do escritorMariana Nabor

Somos ilhas



#ficaadica: Ler escutando Moon River - Versão Audrey Hepburn






Algumas pessoas navegam por águas desconhecidas, lutam, mergulham. Algumas pessoas navegam por águas conhecidas, mas não mergulham. Olham a superfície do oceano, admiram a imensidão e até se arriscam ao molhar os pés.


Ela olhava o mar com a mesma expectativa que conhecia bem. Ao final de todo mês, o barco aparecia iluminado pelo sol, dançava entre as ondas e flutuava na espuma perto da praia. Ele, no mar aberto, ao alto do mundo azul. Ela, em terra firme, ao alto do farol.


Ela sabia esperar, ele sabia voltar.


Mas naquele dia, o barco não apareceu. Nem mesmo o sol. As ondas pareciam impiedosas. O azul era cinza, e os olhos não viam nada, além de uma tempestade. Ao alto do farol, ela manteve a luz e a fé acesas. Pedindo proteção. O vento parecia cantar como um tenor e as águas que batiam nas pedras acompanhavam cada nota.


Ao amanhecer, o mar parecia um vestido de veludo azul, calmo, lindo. A luz fraca do sol, apontava o barco conhecido. Ao se abraçarem, reencontraram o chão firme. Eram ilhas seguras, ilhas inteiras. Eram paz!

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