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Foto do escritorMariana Nabor

Despedida lógica



Estou repleta de lógica. A filosofia que me perdoe, mas o argumento aqui, confesso que apesar da presença da razão, também está inundado de sentimentos. Ser repleta, aprendi, que é ser presente. Quer você goste do seu AGORA ou não. A nostalgia do tempo bom, me mostra, escancaradamente, que cada momento foi essencial e incrível dentro de sua finitude.


O cheiro do café quente e recém coado, o bolo quente na mesa, ainda não te faz ficar quando o relógio chama ou a sua urgência te move para outro lugar mesmo quando você ainda quer estar. O amor, mesmo que tenha a aparência de uma estrela cadente ou um cometa apressado, ainda gera saudade. E a despedida, mesmo que muitas vezes sem sentido ou sem respostas, pode te colocar em uma posição de lógica obrigatória e te lembra que não existe entrega sem coragem.


Apesar das minhas argumentações e um mantra tocar ao fundo do cenário em que escrevo, a lógica vai ter que lutar com a minha ânsia por batimentos mais calmos no coração. Fazer o que, sou repleta de dois caminhos, um que me salva e outro que me convida.


Sim, nessa parte da estrada, não me resta tempo ou permanência. Não entendi boa parte de alguns finais, mas como escritora apenas de mim e do que crio, não me permito mais escrever o que não me cabe. Não escreverei mais nenhuma vírgula. Aliás, nunca ninguém escreveu uma vírgula por mim.


Minha despedida é alta e clara. Parei de esperar o que não se deve esperar. Agradeço pelo café e bolo, mas ao me levantar da mesa, lave a minha xícara, guarde no armário, e se um dia sentir saudade, sonhe comigo, apenas isso.


Estou repleta de lógica. Repleta de despedidas. Repleta de mim.


E você...está repleto de quê?

 

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